ORGANICLAMP |
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ciaoCome inside and make yourself a drink...* Então já não regressa ao Brasil, porquê, É difícil responder, não sei mesmo se saberia encontrar uma resposta, digamos que estou como o insone que achou o lugar certo na
almofada e vai poder, enfim, adormecer, Se veio para dormir, a Terra é boa para isso, Entenda a comparação ao contrário, ou então, que se aceito o sono é para poder sonhar, Sonhar é ausência, é
estar do lado de lá...
O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago |
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23 dezembro 2007ElizápétxiziAmor à primeira vista. Acreditas? Comigo aconteceu... Não sei dizer que idade tinha na altura, mas já me sentia crescidinha para gostar de bonecas. Não havia desculpa - pensava eu. Sinceramente, não precisamos de desculpas. A bonequinha era feita de malha, olhos azuis-quase-turquesa, um chapéu camponês que lhe escondia o cabelo e uma saia-balão que lhe tapava completamente as perninhas. Foi essa sua beleza simples, naquela noite quente algarvia, que me fez desejar pegá-la e escondê-la nos meus braços. Queria a boneca. Queria mesmo. O meu pai comprou-a e chamei-a Elisabete*. A Elisabete foi a boneca mais especial. Decidi que ela me daria sorte... Um dia, o meu avô ficou (mais) doente. Parecia uma coisa (mais) séria. Um telefonema à hora do jantar parecia ditar um novo rumo para tudo e todos. A cirurgia ao pé do meu avô iria complicar-se, a doença tinha progredido e teriam que lhe amputar uma perna. O meu avô... o meu avô Luís... o avô que já tinha fumado, jogado snooker melhor que ninguém, sido árbitro nos mini jogos da bola em Carnide, sócio do Carnide-Clube, benfiquista, de olho azul e de olho cinzento, o avô das netinhas, o avô dos chupa-chupas, o avô amigo dos pombos, o avô das brincadeiras mil... O meu avô... Nessa mesma noite deitei-me agarrando a Elizabete com toda a força. A bonequinha cabia na palma da minha mão e não queria perder a sua magia, nem por um segundo! Acreditava que ela me daria sorte e, depois dessa noite, de facto, as notícias eram boas. A partir desse dia, comecei a dormir com ela todas as noites. Debaixo da minha almofada, lá estava ela... umas vezes esquecida, outras não. O meu avô faleceu no ano seguinte, mas a Elisabete continuou a lançar a sua magia no meu mundo... Até o seu nome foi sofrendo evoluções - boas ou más - de tanto que as pessoas se metiam com ela: Elizábeti - Elizábétxi - ..., por fim, Elizápétxizi. Nos últimos anos, ela viajou pela Europa acompanhando as pessoas mais especiais da minha vida, e o meu Erasmus. Espanha, Itália, outra vez Espanha, Interrail... A Elizápétxizi falhou apenas uma viagem... Aquando da sua estadia em Itália, uma outra pessoa especial para mim ausentou-se, e não pude emprestar a minha bonequita. A Elizápétxizi é danada! Hoje, essa pessoa já não faz parte da minha família, e, infelizmente, não sinto falta. As outras todas continuam comigo, assim como ela... a olhar-me do cimo a prateleira, junto a um retrato de família. *Homenagem a um dos livros da "Anita" - vê-se realmente que já era muito crescida... |
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