ORGANICLAMP |
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ciaoCome inside and make yourself a drink...* Então já não regressa ao Brasil, porquê, É difícil responder, não sei mesmo se saberia encontrar uma resposta, digamos que estou como o insone que achou o lugar certo na
almofada e vai poder, enfim, adormecer, Se veio para dormir, a Terra é boa para isso, Entenda a comparação ao contrário, ou então, que se aceito o sono é para poder sonhar, Sonhar é ausência, é
estar do lado de lá...
O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago |
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29 novembro 200726 novembro 2007Para ver e ouvir "The Wild Side" (2ª música). Vanessa Paradis. "We never touched." "But we did..."
25 novembro 2007"A man who doesn't spend time with his family can never be a real man." - Don Corleone. Frio. Real. Drama. Coragem.
24 novembro 2007... acabei de inventar uma nova palavra: degolida [mix de engolida com devorada], como se pode conferir no post abaixo...
22 novembro 2007Desscobri que sou a melhor do mundo a comer gelatina. Não sei se sou demasiado sensível aos tremeliques gelatinosos, mas o certo é que consigo sempre deixar cair para o chão, ou para as calças, ou para o prato, a gelatina que está prestes a ser degolida. Com sorte, ainda consigo que faça ricochete em alguma parte da mesa e deixar felizes os colegas de trabalho que observam a cena delicada.
Al Pacino. Depois da maratona Godfather, fiquei deveras apaixonada... 21 novembro 200711 novembro 2007He has a presence that, five minutes after you see him - while you are thinking about what kind of beauty he is - you already are in love with him. He is like a perfume.
10 novembro 2007Vai pr'aqui uma misturada na minha cabeça! Um sonho com Chico Buarque segurando um pedaço de papel com meia letra de música escrita; dois gentlemen do meu trabalho sentados em sofás fofinhos de um centro comercial desconhecido; os três à espera dos meus pais. Eu estava dentro de uma loja de missangas a observar a cena bizarra...
Hoje à noitinha vou reservar uma dúzia de castanhas assadas e um copo de vinho madeirense, trazido pelo pai. Entre uma castanha e outra, um gole e outro, há espaço suficiente para uma recordação, um plano e um carinho entre os presentes.
07 novembro 2007Tudo partiu de um convite muito simpático. Aceitei. Estás no aeroporto à espera do voo de regresso a casa mas, devido a problemas com o avião, só poderás voar daí a 12h, o que incluirá passar parte da noite ali. Não conheces a cidade (uma qualquer cidade no mundo), nunca sentiste interesse em conhecê-la e estás ali simplesmente porque o avião fez escala. O que fazes? Ficas pelo aeroporto? Vais visitar a cidade? Procuras um quarto de hotel? Filipa Ok, grande ideia Filipa…passar 1s dias num país e apanhar voo de volta noutro país…brilhante mesmo! Depois dá nisto! As portas do comboio abrem e saio a correr pela plataforma fora, a desejar possuir capacidades de teletransporte ou de voo para chegar mais depressa ao balcão do check in. Corro como nunca corri, a fazer autênticos malabarismos para me desviar das pessoas que caminham impávidas à minha luta…e a mala corre atrás de mim, esforça-se por me acompanhar e não tropeçar nos desníveis que se vão opondo ao nosso progresso. Finalmente chego à zona do check in e, horror dos horrores, o voo está atrasado! Ao mesmo tempo uma voz off informa que vou ficar ali retida 12 horas…’pera! 12 HORAS?? Não estou em mim, sinto a cabeça a andar à roda e sento-me; olho em volta e a desolação de algumas caras em meu redor mostra que estão na mesma situação que eu. Bem vindos… Olhei em volta e procurei um lugar mais confortável e mais isolado, longe da confusão. Silêncio…tiro o livro e mergulho na imensidão de letras. E assim se passa uma, duas horas. A estória puxa por mim e era capaz de só levantar os olhos livro quando chegasse ao batido “the end” mas aquela sensação de desconhecido, de insegurança faz-me olhar em volta e reparo que aquela zona está completamente deserta, olho um pouco mais e vejo um senhor, que me desperta a atenção por estar com um casaco vestido, apesar do calor que está naquela zona. Olho novamente, desta vez com mais atenção e reparo que o seu olhar está fixo num ponto, que não vejo porque estou de costas para as janelas. Sigo-o e tento perceber o que o faz estar totalmente absorto mas, em mim, a paisagem não suscita qualquer curiosidade. Perdi-me em pensamentos sobre o que poderia estar a passar-lhe pela cabeça e, sem me aperceber, deixei o meu olhar fixo nele. Talvez porque o tenha sentido, olhou para mim e sorriu. Pensei que tivesse à volta de 65 anos (as rugas denunciavam-no) embora o sorriso fosse jovem, estranhamente jovem. Sinto-me a corar e liberto um sorriso tímido. De repente ele começa a falar. Chama-se Jonathan, é inglês, tem 70 anos e é oriundo de Manchester. É professor universitário e deslocou-se ali para participar numa conferência cujo tema girava em torno da especialização dele. Pergunto-lhe que especialidade é a dele e diz-me “Economia Informal”. Engraçado, fiz um trabalho sobre o tema na faculdade! Conversamos um pouco sobre isso mas rapidamente passamos para mim, apresento-me e dou por mim a falar como se nos conhecêssemos há muito tempo, uma qualquer neta e um avô a porem a conversa em dia. Tanto que me sinto tentada a abusar da confiança, passo dos pensamentos às palavras e pergunto-lhe o que lhe prendia o olhar ainda há pouco. Os olhos dele ficam de repente muito brilhantes, cheios de ternura. E começa a contar-me a sua história. Quando tinha 24 anos conheceu uma rapariga e imediatamente percebeu que ela era a mulher da vida dele. E a história desenrolou-se um pouco como nos livros que lemos, alguns desencontros, algumas zangas mas sobretudo felicidade e três filhos. Diz que foi uma história de amor como já não existem. Eram casados há quase 50 anos quando ela, de repente, adoeceu. Ele havia-se deslocado ao estrangeiro para participar numa palestra, tal como agora, e ela, de nada, morreu. Assim, sem mais nem menos, sem despedidas, sem conversas, enquanto ele estava num qualquer aeroporto à espera de voo para casa. Contou-me que sentiu arrependimento por ter ido, que não deveria ter participado na palestra, que a homenagem que lhe tinham feito não significava nada para ele mas que ela tinha insistido, para ele ir porque era uma honra e um grande elogio o facto das pessoas gostarem e apreciarem o seu trabalho. Ela sempre o havia incitado a prosseguir com as suas investigações, os estudos, as aulas, as palestras e conferências; era a sua apoiante mais fervorosa. E ele tinha ido, tinha-a deixado sozinha. Não havia vestígios de pena, de tristeza apenas melancolia e saudade. Havia-se despedido dela antes de embarcar para a tal palestra de homenagem, como sempre fazia. Um beijo fofo na bochecha, um último olhar e um amo-te, sussurrado. Desde então, todas as conferências e palestras para as quais era convidado contavam sempre com a sua presença. Multiplicou-se em aulas que dava aos alunos na universidade, organizava jantares semanais em que reunia todos os filhos e netos e ocupou a vida assim. Ocupou mas não preencheu. Esclareceu ainda que, no momento em que estava a olhar para ele, estava a pensar nela. Porque tinha sido num momento igual àquele que tinha recebido o telefonema. E todas as vezes que tinha de estar num qualquer terminal à espera de voo cumpria aquele ritual. Deixava-se perder num ponto no horizonte e nessa altura conversava com ela, contava-lhe o que tinha andado a fazer nos últimos tempos, pedia-lhe desculpa por não ter estado lá e compunha-lhe um pequeno poema de amor. Ficámos em silêncio. Não sabia o que fazer. Sentia um nó apertado, apertado na garganta. Tentei sorrir mas tinha os olhos marejados de lágrimas, a ameaçar transbordar e não conseguia, por mais que me esforçasse, dizer ou fazer algo simpático. Finalmente consegui reunir todas as minhas forças e dei-lhe a mão. Ele sorriu e iluminou tudo e conseguiu derrubar aquele clima triste que se tinha instalado. Incitou-me a falar mais sobre mim e assim o fiz. Conversámos durante horas, deu-me conselhos sem o fazer realmente e deu-me força, deu-me vida e fez-me crescer. Lembro-me de me ter encostado à cadeira e, sem dar por isso, adormeci. Acordei e parecia que haviam passado horas. À minha volta o aeroporto respirava pessoas com uma ferocidade tal que me surpreendi por não ter acordado mais cedo com o ruído que faziam. Não havia qualquer sinal do Jonathan. Teria ele realmente estado comigo? Terei sonhado? Nunca um sonho foi tão real quanto este. Não podia. Tinha de ter acontecido… Vou à bolsa da minha mala buscar o telemóvel para avisar o meu pai que estou a caminho e a minha mão encontra algo estranho, que não existia antes. Tiro e vejo que é uma polaroid. E sorrio… Rita A visita foi curta: 3 dias, 1 concerto e nós os 2. O som da última música tocada naquela noite ainda ecoava na minha cabeça. Uma mistura de “we’re half-awake in a fake empire” com “When were out together dancing cheek to cheek “ oferecida pelo meu iPod. Aquela doce confusão tranquilizava-me a espera para o embarque. E lá me pus eu a observar... A observar as crianças numa correria à volta do meu banco, o senhor idoso a fazer palavras-cruzadas suecas, a mãe e filha asiáticas a reclamar da vida... E a Ella continuava a cantar no meu ouvido, não parando para os observar como eu. É justo: nem eles paravam para ouvir o que eu ouvia. Mas acabaram por parar - todos, até as crianças – no momento seguinte. Estranho. Mais estranho ainda ouvir a Ella fazer dueto com um ruído de fundo pouco simpático. Desliguei o iPod... 19h45. Embarque adiado/ Voo adiado. 12 horas de espera. Não, não... Deixei a mala no cacifo caro e saí. Saí para a cidade desconhecida. Desde esse momento até ao final da viagem, a Ella não cantou mais ao meu ouvido. Ao invés daquele jazz generoso e alegre que tinha escolhido como banda sonora da viagem, ouvia a melodia da língua que inspirava Göteborg. Estava frio, mas as luzes da cidade pareciam apaziguar o sofrimento das minhas mãos em gelo. Sozinha, acabei por tirar fotografias denunciadoras das paisagens. As personagens do meu rolo fotográfico seriam as luzes e casas à margem do Kattegat, e a minha ânsia em voar de regresso a casa queria imitar aquela tranquilidade respirada na rua. E estava a conseguir... Apenas aquele frio me incomodava e me impedia de ficar na rua por muito tempo. Quantos graus estariam? Negativos? Sim, provavelmente. Mas isso não era o mais importante... Seria seguro passar a madrugada ali? Uma voz brasileira fez-me esquecer os meus pensamentos e virar-me para trás. Duas senhoras animadas contavam anedotas para o senhor mais velho que as acompanhava. Fiquei a observá-los e a sentir um déja vu enorme... Sem que a minha consciência pudesse evitar, vi-me a abordá-los no segundo seguinte. 30 minutos depois estávamos no restaurante das luzes amarelas e laranja que, ao que indicava, tinha música ao vivo. Aliás, tinha srª bossanova e sr. Jazz. Eu continuava a desculpar-me e a agradecer a amabilidade de me indicarem um sítio aconchegante e quente para comer. A Marion era baiana e melhor amiga da Ivete, irmã do Cláudio, ambos paulistas. Estavam na Suécia a passear e já tinham estado em Estocolmo com uns amigos. Contei-lhes que tinha estado em Copenhaga com o Diogo, para um concerto especial. Ele estava lá a trabalhar e tinha-me oferecido esta viagem de surpresa que, por ser mais barata, incluía uma paragem rápida no Gothenburg International Airport . [Toca Girl from Ipanema no salão] O salão era enorme com um espaço especialmente dedicado à dança. O Cláudio convidou-me para um sambinha e pediu a ajuda delas para me convencer. Acabámos por inventar uma dança os quatro e alegrar a clientela do sítio. Éramos os únicos na pista e ficámos lá até o peixe ser servido na nossa mesa. Engraçado como aquelas horas passaram rápido, como nos conhecemos rápido, como nos identificámos rápido. Göteborg estava a oferecer-me mais do que eu poderia pedir. “We’re half-awake in a fake empire”... Uma volta pelas ruas depois do jantar e viam-se caras sem-frio com olhos e cabelos claros. Um poster enorme das Sahara Hotnights cobria parte da parede principal do centro cultural da cidade. Seria uma boa ideia entrar e ver o que aquela noite prometia. Despedi-me do pessoal brasileiro com uma dúzia de agradecimentos e troca de contactos. Não sem antes ouvir atentamente o susurro da Marion ao meu ouvido. Retribuí-lhe com um sorriso e com “Eu sei...” “We’re half-awake in a fake empire”... A agenda cultural levou-me ao Dojan pub para assistir ao show Queen - Another kind of magic. Tive sorte, era relativamente perto e tinha a noite preenchida. Tirei uma foto para posteriormente partilhar um momento luminoso naquela cidade calma e bonita. Desta vez, havia luzes azuis e grenás no espaço. O pessoal era jovem e bem vestido, o que me levava a rever o que trazia vestido naquele dia. Pouca luz, sofás de veludo verdes e vermelhos, uma bebida já pedida ao garçon e tudo me estava a sorrir descaradamente. Antes do espectáculo começar, quis dar uma volta pelos pisos do pub. Um grupo-com-todo-o-aspecto-de-ser-de-erasmus ria-se descontroladamente. Sem me querer intrometer, tentei captar a língua que se falava entre eles. Italiano. E inglês. E... qualquer coisa que não percebia. Déja vu... Sorri e voltei para o andar de baixo, voltei para a plateia. O show ia começar... E começou. Aquelas horas renderam-me memórias, música quase esquecida, pessoas, olhares, gargalhadas e fotografias inéditas. Momentos inéditos. Sozinha e acompanhada. Português e inglês. O final da noite tinha ainda reservado um pézinho de dança ao som de Abba – Gimme, gimme, gimme onde todos os presentes dançavam em roda. Ninguém era nem estava sozinho. A madrugada acabou no táxi e na volta ao aeroporto. Estava cansada mas energicamente feliz. Tive a sorte de ainda ter dinheiro suficiente para pagar o cacifo onde estava a mala. Olhei para o placard e soube logo para onde tinha que me dirigir. Lembrei-me das palavras da Marion. Tirei uma fotografia. A última antes de ir para casa. Copenhaga, aqui vou eu. “We’re half-awake in a fake empire”...
06 novembro 2007O meu próximo post vai ser grandalhão. A sério. Mas vale a pena ler, pelo menos a parte que não me pertence.
you have to pay ATTENTION
Um lanche rápido no café mm como aperativo para o anoitecer embalado pelas chansons d'amour no King. Uma interpretação brilhante de Louis Garrel inspirou-nos a conversa... no metro, no barco, nas ruas nuas e escuras a pé...
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